quinta-feira, 14 de julho de 2011

Fundo Clima vai financiar recuperaçã​o de área degradada

O Comitê Gestor do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima aprovou, nesta quinta-feira (30/06), a inclusão de duas novas linhas de financiamento para recursos não reembolsáveis: a recuperação de área degradada por mineração e estudos de adaptação da zona costeira. Ambas terão R$ 2 milhões para ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas.


Durante a 2º reunião extraordinária do comitê, foi aprovado o regimento interno do Fundo Clima. Também ficou definido que os projetos não reembolsáveis serão escolhidos por chamada pública, descentralização de recursos e convênio.

De acordo com o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Eduardo Assad, os primeiro projetos devem receber recurso já no mês de julho. Ele falou que mesmo antes de abrir a seleção de projetos, o Ministério do Meio Ambiente já recebeu 20 projetos com intensão de financiamento.

O Fundo Clima tem cerca de R$ 34 milhões para aplicação direta em políticas do Plano Nacional de Mudanças do Clima, com linhas de crédito não reembolsáveis. No total, são R$ R$ 230 milhões para investimentos em projetos para geração de energias alternativas, mitigação e adequação às mudanças provocadas pela alteração do clima no Planeta, entre recursos reembolsáveis e não reembolsáveis.

Para o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, o Fundo Clima deve financiar iniciativas estruturantes para atingir o objetivo de adaptação e mitigação às mudanças climáticas. De acordo com o secretário, se fragmentar os recursos em vários projetos pequenos o Fundo não vai avançar. É preciso buscar o equilíbrio entre ações estruturantes e pontuais , ressaltou.

Na reunião, também foi aprovado o regimento interno do comitê gestor do Fundo Clima. A próxima reunião será em agosto.

Alimentação: Mudanças climáticas afetam produção de alimentos; ONG prevê que haverá impacto até nos preços

O prato típico do brasileiro, o arroz com feijão, é muito recomendado pelos nutricionistas por ser rico em carboidratos, sais minerais, vitaminas e fibras. Mas essa tradição pode estar com os dias contados por causa das mudanças climáticas.


Dados apresentados pelo presidente da Cooperativa Agropecuária Mista Regional de Irecê, na Bahia, Walterney Dourado Rodrigues, podem dar uma ideia do porquê. Ele explica que o município já produziu, no passado, 3 milhões de sacas de feijão e, hoje, os agricultores colhem abaixo de 10% desse valor.

"Isso devido a vários fatores, principalmente pelos climáticos. Nos últimos anos, houve uma queda na quantidade de chuvas e, além disso, uma má distribuição de chuvas. Todo ano nós estamos diminuindo a área de plantio de feijão", acrescenta.

O município baiano é reconhecido pelo grande potencial agrícola e agropecuário, tendo recebido o título de Cidade do Feijão pelas grandes safras colhidas nas décadas de 1980 e 1990. Mas a lembrança dos tempos áureos como primeiro produtor de feijão do Nordeste e o segundo do país ficou para trás. Hoje, só restam dívidas.

"Nós temos mais de 6 mil agricultores, hoje, com débito na dívida ativa [da União] e mais 6 mil com débito direto no Banco do Brasil. Tudo que se planta hoje é com recursos próprios", desabafa.

A engenheira agrônoma da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina Dione Nery Benevenutti diz que as mudanças climáticas alteraram em muito a produção do arroz em Garuva. "Com certeza, essas mudanças climáticas estão acarretando muito o prejuízo na cultura do arroz e, em 2010, tivemos temperatura de 40 ºC. Isso acarretou uma queda de mais ou menos 20% na produtividade da cultura do arroz irrigado", afirma Dione.

O secretário nacional de Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Assad, diz que o governo está promovendo ações para a implementação de uma política de redução de gases de efeito estufa. "Estamos lançando o Plano Setorial da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. Isso implica melhorar as pastagens brasileiras, integrar a lavoura à pecuária, reduzir as emissões e capturar mais carbono, incentivar o plantio direto para as culturas de grãos e o feijão será um dos principais beneficiados. Com isso, mantendo mais água no solo", explica. De acordo com Assad, a estimativa é que, até dezembro, estejam concluídos outros sete planos setoriais previstos no decreto de regulamentação da Política do Clima.

A organização não governamental britânica Oxfam estima que os preços de alimentos básicos, como arroz e feijão, devem mais do que dobrar em 20 anos, a não ser que os líderes mundiais promovam reformas. Até 2030, o custo médio de colheitas consideradas importantes para a alimentação da população mundial vai aumentar entre 120% e 180%. Metade do aumento desses custos, de acordo com a ONG, deverá ser creditada às mudanças climáticas.


Fonte: Deogracia Pinto/ Radiobrás

domingo, 10 de julho de 2011

RIO + 20 - seminário no Rio de Janeiro

Entre os dias 01 e 03 de julho, aconteceu no Rio de Janeiro, um encontro que o comitê facilitador da Rio mais 20 organizou para avançar na organização e realização das atividades da sociedade civil durante a Cúpula da Rio mais vinte.

A AMB e a REBRIP estão representadas nesse comitê e organizaram um seminário para as militantes ligadas à Frente de Justiça sócio-ambiental da Articulação de Mulheres Brasileiras e membras do GT de gênero da Rede Brasileira de Integração dos Povos.

O seminário serviu para um aprofundamento e conhecimento do contexto e conjuntura em que se inscreve a Rio mais vinte, um evento dos governos, muito apoiado pelo governo brasileiro em que duas questões estarão em jogo, principalmente, a governança mundial e a economia verde.

Estaremos muito engajadas em articular, organizar e fortalecer as ações da sociedade civil e fizemos várias propostas para nosso engajamento.

Berna