quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Comissão da ONU sobre a situa~ção da mulher se reúne em Nova York

21/02/2011) Comissão da ONU sobre a Situação da Mulher se reúne em Nova York

Debate enfocam educação, tecnologia e trabalho digno para as mulheres
 

(Brasília, 21/02/2011) - Representantes governamentais e mais de 1.500 mulheres ativistas de todo o mundo se reunirão amnhã, em Nova York, para falar da participação das mulheres e meninas na educação, formação, ciência e tecnologia, a fim de promover empregos formais e dignos para as mulheres.  A Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher da ONU adotará uma série de ações prioritárias em matéria de educação, ciência e tecnologia, e da implementação continuada da Declaração e Plataforma de Ação de Beijing de modo a acelerar os progressos para alcançar a igualdade entre as mulheres e os homens.
 
Serão formados seis painéis de discussão:

Painel 1: Principais iniciativas de políticas em matéria de igualdade de gênero, ciência e tecnologia.
Painel 2:  Principais iniciativas de políticas em matéria de igualdade de gênero, educação e formação.
Painel 3: Progressos na eliminação da discriminação e violência contra as meninas.
Painel 4: Igualdade de gênero e desenvolvimento sustentável.
Painel 5: Eliminação de mortes maternas evitáveis.
Painel 6: A mulher rural como motor da erradicação da pobreza e da fome.

Antecedendentes:
A educação é um direito humano básico e também um motor fundamental de crescimento econômico e de mudança social. Além disso, é a base do empoderamento das mulheres. Quando se investe nas mulheres e meninas, se obtém efeitos multiplicadores positivos sobre o bem-estar de suas famílias, suas comunidades e seus países.

Embora as meninas e as mulheres tenham feito incursões importantes na educação, o avanço obtido não se traduziu em maiores oportunidades de emprego e os empregos de melhor qualidade. As mulheres enfrentam barreiras específicas, incluindo as leis discriminatórias, as normais sociais restritivas, o acesso limitado à informação e às redes sociais, assim como a divisão das responsabilidades dentro da família. As medidas que podem ajudar a mudança da presença das mulheres no mundo do trabalho podem incluir capacitação na busca de um trabalho e planos de proteção social que sejam sensíveis aos assuntos de gênero.

As ciências são uma parte essencial na educação. A economia mundial está cada vez mais enfocada nos conhecimentos e exige trabalhadores educados que possam aplicar a tecnologia existente e desenvolver novas ciências e tecnologias para lutar contra a pobreza e adaptar-se aos problemas emergentes como as mudanças climáticas.

Garantir que as mulheres adquiram os conhecimentos e competências necessárias em matéria de ciência e tecnologia é um imperativo econômico. Além disso, é preciso fortalecer as mulheres e as meninas para tomar decisões com conhecimento de causa em aspectos fundamentais de suas vidas.

Algumas estatísticas mundiais:
• Em 2008, a proporção das matrículas de meninas e meninos nas escolas melhorou, alcançando 97 meninas a cada 100 meninos na escola primária, 96 meninas a cada 100 meninos na escola secundária e 108 mulheres a cada 100 homens no ensino superior.
• As mulheres representam dois terços dos 759 milhões de adultos analfabetos existentes no mundo.
• No ensino superior, as mulheres predominam em alguns campos da ciência, como as ciências biológicas e sociais. Mas há menos avanços na engenharia. Em 2007, a média mundial de estudantes universitárias mulheres foi de 21% em engenharia, indústria e construição.
• A participação das mulheres no mundo do trabalho foi de 52,6% em 2008, enquanto a dos homens foi de 77,5%. Entre os adultos de 20 a 24 anos de idade, as mulheres não conseguem chegar ao mesmo nível da presença dos homens no mercado de trabalho em todas as regiões do mundo.
• Em média, em 121 países que dispõem informação pertinente, as mulheres ocupam 29% dos postos de pesquisa.

Serviço
O quê: Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher da ONU

Quando: 22 de fevereiro a 4 de março de 2011.

Onde: Sede das Nações Unidas, Nova York

Serão realizados mais de 60 eventos paralelos organizados pelos Estados-Membros e pelas entidades das Nações Unidas, no edifício da ONU e arredores, sobre uma ampla série de assuntos atuais em matéria de igualdade de gênero. A lista completa dos eventos está disponível no site  www.un.org/womenwatch/daw/csw/csw55/parallel-list.html.

Também estão sendo organizados mais de 250 eventos paralelos pelas organizações não governamentais. Programação disponível em www.ngocsw.org/parallel-events .

Confira também a lista preliminar dos principais porta-vozes: www.un.org/womenwatch/daw/csw/55sess.htm.
O credenciamento de imprensa da ONU pode ser feito pelo site: www.un.org/media/accreditation.
A retransmissão ao vivo pode ser feita por meio do site www.un.org/webcast.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Artigo de Ivo Poletto sobre mudanças climáticas.

ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO X AMAZÔNIA

Já estava preocupado antes, mas o que pude ouvir das quase duzentas pessoas que participaram do Seminário Mudanças Climáticas promovido pela Prelazia de Óbidos me deixou preocupadíssimo. Mais do que isso: deu-me segurança para afirmar que os grandes projetos econômicos incentivados a toque de caixa pelo Programa de Aceleração do Crescimento na Amazônia já estão, com certeza, acelerando o aprofundamento dos desequilíbrios socioambientais na região e levarão a região a um desastre socioambiental incalculável.

Ao examinar, por enquanto em mapas, a quantidade de território amazônico que vai sendo e será coberto pelas águas das barragens para produção de eletricidade; ao somar a ele a quantidade de áreas já ocupadas e desbravadas por mineradoras e as que estão em processo de concessão de alvará para pesquisa mineraria; ao somar, ainda, as áreas destinadas à pecuária e à soja do agronegócio; ao juntar essas informações, não restam dúvidas sobre essa parte e, talvez, sobre toda a Amazônia: se não houver oposição eficaz, ela será totalmente modificada e depredada dentro de pouco tempo.

Quem assumirá as responsabilidades pelos efeitos desse processo sobre o aquecimento da região e de sua contribuição com o aquecimento global? Quem responderá as perguntas das próximas gerações, quando quiserem saber por que foram implementados esses grandes projetos quando havia possibilidade de gerar energia com fontes alternativas; quando já se devia diminuir a utilização de minérios; quando já existiam conhecimentos e possibilidades de produzir alimentos agroecológicos; quando já se sabia que o planeta exigia a diminuição do plantel de gado, por ser produtor de metano e ser grande consumidor de água e alimentos ricos em proteínas?

Uma das grandes contradições do tempo em que vivemos é essa: a Terra, já em desequilíbrio, precisa que as atividades econômicas capitalistas diminuam seu ritmo, mas as empresas capitalistas, e muitos governos, teimam em aumentar o ritmo de “destruição produtiva”, visando um tipo de economia que exige lucros crescentes, que exigem produção e consumo crescentes.

Esse conflito contraditório está absolutamente visível na Amazônia. Se os grandes projetos de exploração dos recursos da Amazônia – e praticamente só em benefício de grupos econômicos de fora do bioma -, serão vazios e ineficazes os compromissos anunciados pelo governo brasileiro, e estarão fadadas ao fracasso as políticas que anunciam objetivos de diminuição do desmatamento e de preservação da Amazônia. Se o governo quiser fazer algo sério deverá partir de um fato já comprovado: não há possibilidade de acordo entre as necessidades e direitos da Amazônia e dos amazônidas e os interesses das grandes empresas capitalistas.

Por isso, os amazônidas que desejarem viver, junto com seus filhos e netos, nesse maravilhoso bioma, bem como as pessoas, igrejas, entidades e governos que desejarem salvar a Amazônia como parte do que é absolutamente necessário para criar condições para que a Terra recupere seu equilíbrio em favor da vida, todos e todas, num grande mutirão cidadão, deverão lutar em favor de mudanças na visão e nas prioridades do governo federal e dos governos dos estados amazônicos.

Na verdade, todos e todas deveremos aceitar que precisamos enfrentar criticamente e mudar a civilização capitalista em que fomos criados, abrindo-nos para outras formas de produção, consumo, outras formas de convivência entre nós, com os demais seres vivos e com a Terra, mãe de toda a vida. Os povos indígenas da nossa América nos propõem o bem viver como caminho alternativo. Seremos capazes de acolher esta proposta que vem dos que foram sempre considerados os últimos dos últimos e que foram condenados, durante cinco séculos, ao extermínio? Diversas religiões e o cristianismo nos avisam: é dos empobrecidos, como Jesus, que vêm boas notícias.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

carta da assembléia de movimentos sociais do FSM DE DAKAR

Declaración de la Asamblea de los Movimientos Sociales
Nosotras y nosotros, reunidos en la Asamblea de Movimientos Sociales, realizada en Dakar durante el Foro Social Mundial 2011, afirmamos el aporte fundamental de África y de sus pueblos en la construcción de la civilización humana. Juntos, los pueblos de todos los continentes, libramos luchas donde nos oponemos con gran energía a la dominación del capital, que se oculta detrás de la promesa de progreso económico del capitalismo y de la aparente estabilidad política. La descolonización de los pueblos oprimidos es un gran reto para los movimientos sociales del mundo entero.

Afirmamos nuestro apoyo y solidaridad activa a los pueblos de Túnez y Egipto y del mundo árabe que se levantan hoy para reivindicar una real democracia y construir poder popular. Con sus luchas, muestran el camino a otro mundo, libre de la opresión y de la explotación.

Reafirmamos con fuerza nuestro apoyo a los pueblos de Costa de Marfil, de África y de todo el mundo en su lucha por una democracia soberana y participativa. Defendemos el derecho a la autodeterminación y el derecho colectivo de todos los pueblos del mundo.

En el proceso del FSM, la Asamblea de Movimientos Sociales es el espacio donde nos reunimos desde nuestra diversidad para juntos construir agendas y luchas comunes contra el capitalismo, el patriarcado, el racismo y todo tipo de discriminación.

En Dakar celebramos los 10 años del primer FSM, realizado en 2001 en Porto Alegre, Brasil. En este periodo hemos construido una historia y un trabajo común que permitió algunos avances, particularmente en América Latina donde logramos frenar alianzas neoliberales y concretar alternativas para un desarrollo socialmente justo y respetuoso de la Madre Tierra.

En estos 10 años vimos también la eclosión de una crisis sistémica, expresada en la crisis alimentaria, ambiental, financiera y económica, que resultó en el aumento de las migraciones y desplazamientos forzados, de la explotación, del endeudamiento, y de las desigualdades sociales.

Denunciamos el rol de los agentes del sistema (bancos, transnacionales, conglomerados mediáticos, instituciones internacionales etc.), que, en búsqueda del máximo lucro, mantienen con diversos rostros su política intervencionista a través de guerras, ocupaciones militares, supuestas misiones de ayuda humanitaria, creación de bases militares, saqueos de los recursos naturales, la explotación de los pueblos, y manipulación ideológica. Denunciamos también la cooptación que estos agentes ejercen a través de financiamentos de sectores sociales de su interés y sus prácticas asistencialistas que generan dependencia.

El capitalismo destruye la vida cotidiana de la gente. Pero a cada día nacen múltiples luchas por la justicia social, para eliminar los efectos que dejó el colonialismo y para que todos y todas tengamos una digna calidad de vida. Afirmamos que los pueblos no debemos seguir pagando por esta crisis sistémica y que no hay salida a la crisis dentro del sistema capitalista!

Reafirmando la necesidad de construir una estrategia común de lucha contra el capitalismo, nosotros, movimientos sociales:

Luchamos contra las trasnacionales porque sostienen el sistema capitalista, privatizan la vida, los servicios públicos, y los bienes comunes, como el agua, el aire, la tierra, las semillas, y los recursos minerales. Las transnacionales promueven las guerras a través de la contratación de empresas militares privadas y mercenarios, y de la producción de armamentos, reproducen prácticas extractivistas insostenibles para la vida, acaparan nuestras tierras y desarrollan alimentos transgénicos que nos quitan a los pueblos el derecho a la alimentación y eliminan la biodiversidad.

Exigimos la soberanía de los pueblos en la definición de nuestro modo de vida. Exigimos políticas que protejan las producciones locales que dignifiquen las prácticas en el campo y conserven los valores ancestrales de la vida. Denunciamos los tratados neoliberales de libre comercio y exigimos la libre circulación de seres humanos.

Seguimos movilizándonos por la cancelación incondicional de la deuda pública de todos los países del Sur. Denunciamos igualmente, en los países del Norte, la utilización de la deuda pública para imponer a los pueblos políticas injustas y antisociales.

Movilicémonos masivamente durante las reuniones del G8 y G20 para decir no a las políticas que nos tratan como mercancías!

Luchamos por la justicia climática y la soberanía alimentaria. El calentamiento global es resultado del sistema capitalista de producción, distribución y consumo. Las transnacionales, las instituciones financieras internacionales y gobiernos a su servicio no quieren reducir sus emisiones de gases de efecto invernadero. Denunciamos el “capitalismo verde” y rechazamos las falsas soluciones a la crisis climática como los agrocombustibles, los transgénicos y los mecanismos de mercado de carbono, como REDD, que ilusionan a poblaciones empobrecidas con el progreso, mientras privatizan y mercantilizan los bosques y territorios donde han vivido miles de años.

Defendemos la soberanía alimentaria y el acuerdo alcanzado en la Cumbre de los Pueblos Contra el Cambio Climático y por los Derechos de la Madre Tierra, realizada en Cochabamba, donde verdaderas alternativas a la crisis climática han sido construidas con movimientos y organizaciones sociales y populares de todo el mundo.

Movilicémonos todas y todos, especialmente el continente africano, durante la COP-17 en Durban, Sudáfrica, y la Río +20, en 2012, para reafirmar los derechos de los pueblos y de la Madre Tierra y frenar el ilegítimo acuerdo de Cancún.

Defendemos la agricultura campesina que es una solución real a la crisis alimentaria y climática y significa también acceso a la tierra para la gente que la vive y la trabaja. Por eso llamamos a una gran movilización para frenar el acaparamiento de tierras y apoyar las luchas campesinas locales.
Luchamos contra la violencia hacia la mujer que es ejercida con regularidad en los territorios ocupados militarmente, pero también contra la violencia que sufren las mujeres cuando son criminalizadas por participar activamente en las luchas sociales. Luchamos contra la violencia doméstica y sexual que es ejercida sobre ellas cuando son consideradas como objetos o mercancías, cuando la soberanía sobre sus cuerpos y su espiritualidad no es reconocida. Luchamos contra el tráfico de mujeres, niñas y niños.

Defendemos la diversidad sexual, el derecho a autodeterminación de género, y luchamos contra la homofobia y la violencia sexista.

Movilicémonos todos y todas, unidos, en todas las partes del mundo contra la violencia hacia la mujer.
Luchamos por la paz y contra la guerra, el colonialismo, las ocupaciones y la militarización de nuestros territorios. Las potencias imperialistas utilizan las bases militares para fomentar conflictos, controlar y saquear los recursos naturales, y promover iniciativas antidemocráticas como hicieron con el golpe de Estado en Honduras y con la ocupación militar en Haiti. Promueven guerras y conflictos como hacen en Afganistán, Iraq, la República Democrática del Congo y en varios otros paises.

Intensifiquemos la lucha contra la represión de los pueblos y la criminalización de la protesta y fortalezcamos herramientas de solidaridad entre los pueblos como el movimiento global de boicot, desinversiones y sanciones hacia Israel. Nuestra lucha se dirige también contra la OTAN y por la eliminación de todas las armas nucleares.

Cada una de estas luchas implica una batalla de ideas, en la que no podremos avanzar sin democratizar la comunicación. Afirmamos que es posible construir una integración de otro tipo, a partir del pueblo y para los pueblos y con la participación fundamental de los jóvenes, las mujeres, campesinos y pueblos originarios.

La asamblea de movimientos sociales convoca a fuerzas y actores populares de todos los países a desarrollar dos acciones de movilización, coordinadas a nivel mundial, para contribuir a la emancipación y autodeterminación de nuestros pueblos y para reforzar la lucha contra el capitalismo.

Inspirados en las luchas del pueblo de Túnez y Egipto, llamamos a que el 20 de marzo sea un día mundial de solidaridad con el levantamiento del pueblo árabe y africano que en sus conquistas contribuyen a las luchas de todos los pueblos: la resistencia del pueblo palestino y saharaoui, las movilizaciones europeas, asiáticas y africanas contra la deuda y el ajuste estructural y todos los procesos de cambio que se construyen en América Latina.

Convocamos igualmente a un día de acción global contra el capitalismo el 12 de octubre donde, de todas las maneras posibles, rechazaremos ese sistema que destruye todo a su paso.

Movimientos sociales de todo el mundo, avancemos hacia la unidad a nivel mundial para derrotar al sistema capitalista!!

Nosotras y nosotros venceremos!!!